O Mito da Caverna, escrita por Platão entre 380 a 370 a.C, é uma das mais poderosas metáforas para descrever a situação em que se encontra boa parte da humanidade. Este filósofo, de modo sombrio, critica aquela parte da humanidade que acredita que está condenada a ver as sombras do mundo como única realidade.
Este diálogo de Platão, criada há quase 2500 anos, imaginou toda a humanidade presa desde a infância no fundo de uma caverna, obrigada pelas correntes que a prendia a olhar sempre a parede em frente. O que veria então? Por detrás do muro onde os demais estavam aprisionados, com uma pequena iluminação vindo do fundo, os habitantes daquele triste lugar só poderiam enxergar as sombras de objetos, surgindo e se desafazendo diante deles. Era assim que viviam os homens, acreditavam que as imagens fantasmagóricas que apareciam aos seus olhos (que Platão chama de ídolos) eram verdadeiras, tomando o espectro pela realidade. A sua existência era pois inteiramente dominada pela ignorância (agnóia).
A média das pessoas vive uma rotina frustrante: acordam, comem, trabalham/ estudam, namoram, dormem. E assim é sua vida inteira. Sem nenhuma perspectiva, limitados cognitivamente, culturalmente, espiritualmente até a morte. Uma vida voltada para o imediatismo, para o consumo, para o egocentrismo. Não há espaço para a arte, a cultura, a caridade. São os habitantes da caverna.
Um dia, alguém se libertou daquela deprimente ignorância e saiu para a liberdade. Primeiro, ofuscado pela grande claridade do sol, nada enxergou. Aos poucos, sua visão se acostumou à luz e pôde perceber as sombras, depois as imagens e finalmente a infinidade de elementos do exterior. Assim, surpreendido, percebeu a existência de uma realidade totalmente oposta àquela da caverna. O universo se escancarava inteiramente diante de si.
Possuindo o conhecimento, ele resolveu voltar para contar aos outros o que aprendera. Seus companheiros, sentindo-se amedrontados pela possibilidade de seu mundinho desmoronar, acomodados com aquela rotina, covardes para assumir uma possibilidade de mudança, primeiro não acreditaram em suas palavras. Depois, tentaram silenciá-lo com suas caçoadas, então resolveram espancá-lo. Como ele ainda falasse no que viu e os convidasse a sair da caverna, terminaram por matá-lo.
Recentemente, adicionamos um gadget no Blog, chamado Deixe seu recado . O objetivo era maior interação com o público apreciador de nosso Blog. Recebemos felicitações pelo resultado do Concurso de Redação, vimos que há pessoas fora de nosso Colégio que nos acompanham. Porém, nos últimos dias, este recurso, idealizado por uma excelente aluna para ser um veículo de comunicação sadio, tornou-se palco de comentários depreciativos em relação ao Blog e ao trabalho das alunas que o publicam. Estes ataques vieram de pessoas protegidas pelo anonimato. Atualmente, batizamos os e-mails ameaçadores, mensagens negativas em sites de relacionamento, torpedos com fotos e textos constrangedores de cyberbullying. Há três personagens principais neste tipo de violência: o agressor, a vítima e a plateia. Com certeza, este é um belo tema a ser trabalhado, ano que vem, nas salas de aula.
Infelizmente, enquanto a consciência não se elevar, é necessário que as autoridades tenham atitudes arbitrárias e autoritárias. Por isso, retirei o gadget de circulação. Quando, através da educação, as consciências despertarem, não serão necessárias as punições. Os leitores já deduziram quem são os moradores da caverna, não é?
Atualmente, desfrutamos de mais liberdade, justiça. Os sujeitos que saem da caverna não são mais condenados, queimados vivos ou enforcados. Os heróis modernos são protegidos pela lei, seus feitos são divulgados pela mídia, entidades que defendem os direitos humanos são seus companheiros. Vivemos em mundo melhor, mais tolerante, tempo propício para o surgimento de grandes pessoas. Quero destacar algumas com as quais convivo bem de perto: Endgel, Suzana, Michele, Ana Gabrielly e Maynara. Elas se destacaram nesse semestre por serem as administradoras deste Blog. Com responsabilidade e criatividade, organizaram o roteiro da semana, escolheram os assuntos a serem publicados, buscando atingir a diversos gostos. Procuraram valorizar seus professores e colegas de classe. Foi para elas que escrevi este texto.
Professora Suzana
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