quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Resumo de aula - Trovadorismo

Atendendo ao pedido dos alunos, a partir da boa ideia do Marcel, publico o conteúdo dos slides sobre Trovadorismo. Isso não esgota o assunto, portanto vocês devem estudar a matéria que está no livro, no caderno e nas folhas avulsas. Quem quiser, e isso seria muito desejável, pode conhecer mais o assunto em outros livros de literatura e na internet, acessando sites confiáveis. Bom estudo!
Professora Suzana

A POESIA MEDIEVAL

1)CANTIGA LÍRICO-AMOROSA
( cantiga de amor)
( cantiga de amigo)
2)CANTIGA SATÍRICA
( cantiga de escárnio)
( cantiga de maldizer)

1.CANTIGA LÍRICO-AMOROSA
Como diz o nome, esse tipo de cantiga expressa subjetivamente o sentimento amoroso do eu-lírico.

Cantiga de amor
Apresentamos a versão modernizada de uma cantiga de Bernardo de Bonaval, que data do final do século XII.

"A dona que eu sirvo e que muito adoro

Mostrai-ma, ai Deus! pois que vos imploro,

senão, dai-me a morte.

Essa que é a luz destes olhos meus

por quem sempre choram, mostrai-ma, ai Deus!

senão, dai-me a morte.

Essa que entre todas fizestes formosa,

mostrai-ma, ai Deus! onde vê-la eu possa,

senão, dai-me a morte.

A que me fizeste amar mais do que tudo,

mostrai-ma e onde possa com ela falar,

senão, dai-me a morte."

Características da cantiga de amor
•O eu-lírico é sempre masculino. A mulher é chamada de senhor (em galego-português a palavra era invariável em gênero).

•A situação que se retrata é a de um amor impossível, pois a mulher a quem se dirige é comprometida ou pertence a classe social superior. Ela é sempre a dona (em latim: domina).

•A declaração amorosa do trovador obedece a determinadas convenções conhecidas como amor cortês. (cortês – relativo à corte). Dessas convenções sobressaem:

a) vassalagem amorosa: o trovador comporta-se com sua dama da mesma forma que o vassalo comporta-se com seu senhor;

b) mesura: que obriga o trovador a conter seus sentimentos, ainda que eles tenham caráter erótico, e nunca revelar o nome da dona.

•Quanto à forma da composição, é comum o refrão, que repete a ideia básica da cantiga, às vezes com ligeiras variações. O refrão revela a natureza musical da cantiga.


Cantiga de amigo

A cantiga de amigo que vamos ler, uma das mais conhecidas da literatura portuguesa, apresenta uma situação curiosa: uma mulher conversa com um pinheiro, solicitando notícias do amigo (namorado ou amante) que a deixou. Leia a versão atualizada:

- Ai flores, ai flores do verde pinheiro,

se por acaso sabeis novidades do meu amigo,

ai, Deus, onde está ele?

Ai flores, ai flores do verde ramo,

se por acaso sabeis novidades do meu amado,

ai, Deus, onde está ele?

Se sabeis novidades do meu amigo,

aquele que mentiu no que prometeu para mim,

ai, Deus, onde está ele?

(...)

Características da cantiga de amigo
•Eu-lírico feminino: o trovador assume o ponto de vista da mulher, uma mulher solteira e, por isso, não submetida às convenções do casamento.

•A mulher sempre se dirige diretamente ao amigo, ou à mãe, irmãs, amigas ou a algum elemento da natureza.

•Enquanto a cantiga de amor inspira-se nos valores cultivados pela nobreza, a cantiga de amigo tem inspiração popular, o que explica sua linguagem mais fácil.

•A cantiga de amor expressa sentimentos irrealizáveis no plano físico; a cantiga de amigo, por sua vez, coloca em evidência também a importância do amor físico:

Sem o meu amigo sinto-me sozinha
e não adormecem estes olhos meus.

•Quanto à forma, é comum também o refrão, como se pôde observar na cantiga lida.



2.CANTIGA SATÍRICA

"Ai, dona feia, foste-vos queixar

de que nunca vos louvo em meu trovar;

e umas trovas vos quero dedicar

em que louvada de toda maneira;

sereis; tal é o meu louvar:

dona feia, velha e gaiteira."

(João Garcia de Guilhade)


Os trovadores não expressaram apenas o seu lirismo. Preocuparam-se também em satirizar situações de seu tempo, zombando de autoridades, de fatos considerados ridículos, de outros
trovadores e até de mulheres. São as cantigas satíricas.

Há duas espécies de cantiga satírica:

•Cantiga de escárnio
É a crítica indireta, irônica, mais sutil.

•Cantiga de maldizer
Apresenta uma crítica mais direta, mais virulenta e mais grosseira que a de escárnio.


Fonte: Língua e Literatura - Faraco & Moura

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